É como se ele chamasse por mim, me obrigando a erguer as mãos e tocar as pinceladas de cor que estavam distribuídas na tela.
Era o mais incrível retrato que eu já havia visto, tudo a respeito de Lord Denbury era inacreditável… E incrivelmente estarrecedor e vivo.
Existia uma razão apra isso. Porque, contra tudo que qualquer um pudesse dizer, Denbury nunca cometeu suicídio. Ele estava vivo. Preso em sua moldura dourada.
Eu cruzei para dentro de seu mundo, de sua pintura, e vi os sonhos que o assombram. Eles me assombram também.
Nós estamos inexplicavelmente ligados, unidos para assistir a escuridão que ronda a iluminada Manhattan. E essa escuridão só poderá ser impedida se eu conseguir libertá-lo.
Eu decidi escrever uma resenha desse livro fantástico e delicioso depois de ler sua continuação, o também maravilhoso The Twisted Tragedy of Miss Natalie Stewart. Conheci os personagens dessa série em 2011, quando esse livro ainda era um ARC, e me apaixonei pela maneira que Leanna Renee Hieber criou uma história envolvendo detalhes de Orgulho e Preconceito com Dorian Gray. Aliás, você precisa ser meio cego para não perceber a construção de ambos os livros nessa história.
Natalie é uma mulher muda que acaba de voltar da “escola para mulheres especiais” No tempo dela, 1880, mulheres com problemas não tinham uma perfeita vida social ou perspectiva de futuro–ainda mais que Natalie parece não falar por querer–e ela acaba por se expressar através de seu diário, ao qual o leitor tem incrível acesso.
Quando um famoso retrato chega a Nova York, a atenção da extremamente culta Natalie é chamada. Por conta dessa pintura, ela acaba se tornando próxima da ocultista e riquíssima Evelyn Northe, e com ela ao seu lado, Natalie começa a compreender as ramificações de se sentir envolvida pelo lindo e amaldiçoado retrato de Lord Denbury.
Misturando uma narrativa forte e um amor que parece impossível, entre uma pintura e uma mulher muda, o livro viaja pelos fatos e cria um incrível conto cheio de aspectos figurativos. Tem ação e aventura, mas é uma história de amor, e uma das mais bonitas.
Natalie é uma doçura, e seu ponto de vista é extremamente rico e bem feito. Lord Denbury coloca um encantamento nos leitores também, e é impossível não se apaixonar por todos os personagens e pela maneira que eles são colocados nessa história. Lindo e extremamente bem escrito, esse livro, no passado, me soou como algo diferente e original, em um universo de fantasias recicladas.
É uma pena que, em meio a tantos livros, tenha esquecido dessa série, mas assim que coloquei minhas mãos na continuação, me obriguei a reler Darker Still e acabei me apaixonando novamente por casa detalhezinho dele. Extremamente recomendado.
